EXONERAÇÃO, GRITOS E TRAIÇÃO: O REINADO DAS ABELHAS-RAINHAS BALANÇA, MAS NÃO CAI — AINDA

 

A política de Muniz Freire (ES) viveu nesta quarta-feira mais um episódio digno de uma tragicomédia: a queda de Vinnicius Gonçalves, agora ex-secretário de Obras, ex-homem de confiança do prefeito Dito (PSB), acostumado a puxar bastante saibro do município vizinho de Castelo, e ex-anfitrião de churrascos comemorativos da degola alheia. Desta vez, o prato principal do banquete foi ele mesmo. Servido frio. Cru. E temperado com o fel da traição.

 

O roteiro é digno de um folhetim de gosto duvidoso. No começo do ano, quando dois secretários — de Finanças e Administração — foram exonerados por Dito (PSB), quem ofereceu a casa, a carne e a cerveja para a comemoração? Ele, Vinnicius. Ao lado do próprio Dito Silva (PSB) e suas inseparáveis irmãs, apelidadas carinhosamente nos bastidores como “as abelhas-rainhas”, que zumbem alto e ferroam fundo dentro da estrutura de poder.

 

Mas o mundo dá voltas. E quando dá, costuma atropelar os desavisados. No mesmo dia em que os ex-secretários — aqueles do churrasco — foram nomeados em cargos no Diário Legislativo da Assembleia, Dito Silva (PSB) puxou o tapete de Vinnicius com a frieza de um general que manda fuzilar o próprio tenente após anos de lealdade. Um gesto planejado, cirúrgico e, claro, com requintes de crueldade.

 

A reação não demorou. Gritos. Xingamentos. E uma cena vergonhosa na porta da Prefeitura, com direito a frase de impacto:

“Você é um pilantra, um covarde…”

Assim bradou Vinnicius, escancarando para quem quisesse ouvir (e muitos ouviram) o que há muito se dizia nos bastidores: que a lealdade no governo Dito Silva (PSB) dura enquanto for útil. Depois, vira entulho. Observaram, bem?!

 

Agora, o ex-secretário amarga a desgraça política. E dizem que corre pelos cantos, em busca de um novo cargo comissionado, um qualquer — nem que seja para cuidar de protocolo de papel timbrado — contanto que continue na folha e mantenha o verniz de “homem público”. Se for preciso engolir mais um pouco de orgulho, que seja com água — porque o fel já desceu seco.

 

Enquanto isso, o império das abelhas-rainhas segue firme. Mandam, desmandam, decidem nomeações e exonerações como se estivessem gerenciando um reality show. E Dito Silva (PSB), o prefeito, dança conforme a música — ou melhor, conforme o zumbido.

 

Hoje foi Vinnicius. Amanhã será outro. E as abelhas-rainhas continuarão no trono, zumbindo ordens e espetando veneno, enquanto Dito Silva (PSB) segue reinando sobre os escombros da própria vaidade, acreditando que comanda um império — quando, na verdade, administra um teatro de marionetes frouxas e bajuladoras. Segundo fontes, há rumores de rebelião. Há ranger de dentes. Há quem diga que a colmeia já treme. Que o mel azedou, o veneno perdeu o efeito, e os cupins, esses sim, trabalham sem parar.

 

Mas calma. Ninguém espere ruptura. Aqui, os valentes urram nos bastidores e miam em público. Todo mundo rosna, ninguém morde. E se morder, é só pra negociar o cargo de volta. Por isso, ao menor sinal de crise, sempre há uma oração secreta ecoando nos corredores do poder: “Senhor, dai-me paciência… mas se puder ser um CC-3, já ajuda.”

 

Seguimos acompanhando. Rindo para não chorar. E torcendo — não pela mudança, mas por mais um capítulo hilário dessa ópera-bufa municipal munizfreirense. Porque no fim das contas, a política local virou exatamente isso: um grande picadeiro, onde quem cai, rasteja… e quem manda, ri.

 

A conferir — com pipoca, cadeira cativa e, claro, colete à prova de cinismo.